O programa 'Os Pingos Nos Is', do canal Jovem Pan, fez um programa especial na última quarta-feira, onde a principal pauta foi uma análise da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, e suas arbitrariedades.
Entre os pontos discutidos, um dos mais preocupantes talvez seja o vazamento dos dados pessoais da Dra. Maysa Pinheiro, que participou como convidada na sessão do dia 25 de maio.
A jornalista Cristina Graeml foi muito pontual em sua análise do ocorrido:
“Esse caso é absurdo: vazaram os documentos pessoais da Dra. Mayra Pinheiro, que não foi acusada de um único crime, não é apontada por corrupção, por desvio de dinheiro, por nada. Esteve na CPI na condição de convidada, aliás, foi muito maltratada. [...]
Os senadores tiveram a autorização do STF para fazer isso, para cometer esse absurdo de quebrar o sigilo de pessoas que não são acusadas de nada, pessoas que não tem nenhum indício de envolvimento com qualquer ato ilícito. Autorizam que o sigilo fosse quebrado, mas sob uma condição: que a confidencialidade dos documentos fosse mantida”, comentou Cristina.
Mas logo após o início do recesso da CPI, diversos documentos da Dra. Maysa começaram a ser divulgados na imprensa.
Cristina lembrou que a Dra. Mayra chegou a entrar com um pedido de mandado de segurança no STF, contra o presidente da CPI, Omar Aziz, pedindo que a Corte impedisse a quebra de sigilos, já que não havia nenhuma acusação contra ela.
O ministro do STF, Ricardo Lewandowski, indeferiu o pedido de Mayra, mas determinando, em sua decisão, que ‘os documentos devem ser tratados como confidenciais, e permanecer sob rigoroso sigilo sob as penas da lei’.
Em razão do vazamento das informações da médica, seu advogado já entrou com uma petição no STF e também ajuizaram pedido de Medida Cautelar Urgente à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos.
Na justificativa, o texto requer "o cumprimento das regras de combate a violência contra a mulher e à garantia do integral respeito às mulheres que já depuseram ou que vierem a ser convocadas para prestar depoimentos na Comissão".
Resta aguardar para ver que providências serão tomadas.
Confira: