Rafa Mir não é um dos seis jogadores da Espanha que disputaram a Eurocopa-2020 e estão nas Olimpíadas de Tóquio. Nem um dos três acima dos 24 anos que foram convocados. Mas se tornou o herói improvável da classificação para as semifinais. Personagem peculiar, de trajetória com idas e voltas como profissional, mais de "mil gols na base", e que ainda não sabe onde vai jogar na próxima temporada.
A Espanha enfrenta o Japão na terça-feira, às 8h (de Brasília), em Saitama. Quem passar encara na final do torneio o vencedor de Brasil x México.
Num ataque formado para nomes mais consolidados como Marco Asensio, Mikel Oyarzabal e Dani Olmo, falta espaço para o camisa 9. Ele foi reserva em todos os jogos até agora e esteve em campo por apenas 51 minutos na fase de grupos.
Mas a atuação contra a Costa do Marfim pode mudar a sua história — nas Olimpíadas e na carreira. Lançado pelo técnico Luis de La Fuente nos acréscimos da etapa final, quando a equipe africana ganhava por 2 a 1, ele fez o gol de empate 58 segundos depois, no primeiro toque na bola. Como se não bastasse, anotou mais dois na prorrogação. Primeiro "hat-trick" de alguém que sai do banco na história centenária do torneio.
— O que me ensinaram é que, não importa o tempo que te derem, você tem que se entregar ao máximo. Quando vi que estávamos perto de perder, fui ao banco sem que me chamassem. Conseguimos a classificação, o que é o mais importante. Se estou aqui é graças à confiança do treinador. Trabalho todo dia para estar o melhor possível — disse Rafa Mir, em entrevista coletiva, depois de guardar a bola do jogo.