CPI omite data e usa dados de 2017 para questionar depoente

 


Os senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid questionaram na sessão desta quarta-feira (22), o diretor-executivo da operadora de Saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, sobre mensagens de 2017, mas não citaram que as mensagens eram antigas.



Os senadores tentavam provar que a empresa pressionava os médicos a aplicar o tratamento precoce, sob risco, inclusive, de demissão. Diante das negativas do depoente, exibiram uma série de mensagens veiculadas em um grupo de WhatsApp da empresa.

Os parlamentares exibiram a seguinte mensagem: “Estamos aqui para trabalhar, não bater meta, então vamos fazer o que deve ser feito. Todos somos avaliados diariamente pelo nosso trabalho. Aqueles que insistirem em não preencher o perfil vão perder espaço na empresa. Obrigado e conto com a colaboração de vocês”. Outra mensagem mencionada dizia: “Atenção, plantonistas, agilizem atendimento! Não deixem o tempo estourar!”


O senador Humberto Costa citou as mensagens para tentar estabelecer uma relação entre elas e a acusação.


– Aí um deles [plantonistas] diz: “Concordo plenamente, mas ameaças deixam o clima meio antiético… De qualquer forma, vamos sim redobrar os esforços”. Ou seja, havia uma pressão – disse o senador.


Imediatamente, o diretor da empresa apontou que as mensagens eram de 2017, mas foi ignorado pelos senadores.


– Por favor. Tá, elas [as mensagens] são de 2017, elas não são desse momento – apelou Batista.


Tentando mudar de assunto, o senador voltou a pressionar o depoente.


– Quantos profissionais foram demitidos por se recusarem a aplicar esse tratamento precoce? – questionou, logo antes de Batista responder que nenhum funcionário foi demitido por este motivo.


Dados de 2017 também foram utilizados pelos senadores Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros.

Postagem Anterior Próxima Postagem