Semana agitada em São Paulo. Na quinta (13), Jair Bolsonaro oficializou o nome do ministro Tarcísio de Freitas para o governo de São Paulo, pelo PL. Na madrugada de sábado (15), o polêmico Abraham Weintraub desembarcou dos Estados Unidos, e isso impactou diretamente na campanha do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), que busca eleição para o governo.
A exemplo de Doria, o Rodrigo desfila pelo estado distribuindo verbas generosas aos prefeitos e, num primeiro momento, parecia suprir seus tímidos números nas intenções de voto. Porém com o acirramento que se aproxima entre a esquerda representada por Fernando Haddad (PT) e Boulos (PSOL) e os conservadores alinhados com Tarcísio (PL) e Weintraub (sem partido), o insosso vice fica num limbo eleitoral, sem condições de avançar numa direção ou na outra.
Os prefeitos do interior e do litoral paulista, ficaram escaldados com as eleições de 2018, quando uma legião de novatos como Janaina Paschoal, Carla Zambelli, Gil Diniz e Eduardo Bolsonaro arrastaram milhões de votos em seus municípios, à revelia das suas lideranças tradicionais (prefeitos, vereadores etc). Sem falar na surpreendente eleição do Major Olímpio ao senado, infelizmente abatido pelo vírus chinês.
A reportagem do JCO falou com quatro prefeitos e um presidente de câmara, da Baixada Santista, Rio Preto, Bauru e Campinas – todos de partidos da base do governo. Apesar dos elogios ao vice-governador, a maioria está preocupada com a altíssima rejeição de João Doria, o governador paulista que menos viajou ao interior.
Eles também tem dificuldade para explicar para vereadores e lideranças, qual é o papel do deputado carioca Rodrigo Maia no comando da poderosa secretaria de Ações Estratégicas de SP.
A transformação da gigantesca máquina pública do estado mais rico da federação em mero comitê da campanha à presidência de João Dória choca até mesmo os tucanos, depois 30 anos no comando. Um prefeito decano do Oeste Paulista em seu quarto mandato - não consecutivo, claro – me confidenciou:
– Foi um bom ciclo, mas o engomadinho vai acabar com tudo!
Como previmos meses atrás, Doria é o elo mais fraco da corrente tucana.