Diante dos últimos episódios envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF), ministros da Corte tiveram, nos últimos dias, várias conversas com parlamentares. De acordo com o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, o ministro Alexandre de Moraes falou, durante conversa com senadores na última semana, sobre um “responsável” por “agravar” a crise entre os poderes.
Moraes teria dito que declarações dadas pelo ministro Luís Roberto Barroso sobre os militares no processo eleitoral acabaram “contribuindo” para aumentar a crise.
DECLARAÇÃO DE BARROSO
Em um evento no último domingo (24), o ministro do STF afirmou que há movimento político com intenção de usar as Forças Armadas para atacar o processo eleitoral no país. Falando a um grupo de estudantes brasileiros por videoconferência, Barroso defendeu as urnas eletrônicas e condenou supostas tentativas de politização dos militares.
– É preciso ter atenção a esse retrocesso cucaracha de voltar à tradição latino-americana de colocar o Exército envolvido com política. É uma péssima mistura para a democracia e uma péssima mistura para as Forças Armadas – disse o ministro durante o Brazil Summit Europe, um evento virtual promovido pela universidade alemã Hertie School, de Berlim.
As declarações de Barroso geraram reação no governo. O chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, general Augusto Heleno, disse, em suas redes sociais, que a afirmação de que as Forças Armadas estão sendo orientadas para atacar o processo eleitoral é “inconsistente e sem fundamento”. Segundo ele, elas estariam sendo orientadas a “ajudar na lisura do evento”.