Fachin diz que não vai a reunião com Bolsonaro e embaixadores


Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até o próximo mês, o ministro Luiz Edson Fachin rejeitou, nesta sexta-feira (15), um convite da Presidência da República para que comparecesse na próxima segunda-feira (18) a um encontro com embaixadores no Palácio da Alvorada, em Brasília.

Por meio de um ofício assinado pela chefe do Cerimonial do TSE, Fernanda Jannuzzi, o ministro alegou que o “dever de imparcialidade” o impede de comparecer a eventos organizados por candidatos ou pré-candidatos. O convite feito a Fachin foi assinado pelo chefe do Cerimonial da Presidência da República, o embaixador André Chermont de Lima.

Incumbiu-me o Senhor Presidente do Tribunal Superior Eleitoral de agradecer ao honroso convite, mas, na condição de quem preside o Tribunal que julga a legalidade das ações dos pré-candidatos ou candidatos durante o pleito deste ano, o dever de imparcialidade o impede de comparecer a eventos por eles organizados – afirmou a chefe do Cerimonial do TSE.

O convite para o encontro com os embaixadores não chegou a mencionar qual era o tema da reunião, mas, em ocasiões recentes, o presidente Jair Bolsonaro já afirmou que pretende levar aos representantes diplomáticos algumas considerações sobre o sistema eleitoral brasileiro.

– Será um PowerPoint mostrando tudo o que aconteceu nas eleições de 2014, 2018, documentado, bem como essas participações dos nossos ministros do TSE, que são do Supremo, sobre o sistema eleitoral – disse o presidente durante uma transmissão ao vivo.

Em 31 de maio, o TSE realizou o evento “Sessão informativa para embaixadas: o sistema eleitoral brasileiro e as eleições de 2022”, no qual diplomatas estrangeiros ouviram exposições de ministros e secretários do tribunal sobre as eleições e o sistema eletrônico de votação. Na ocasião, Bolsonaro reclamou do evento.

– Vê o que aconteceu na semana passada: o ministro Fachin convida, e aproximadamente 70 embaixadores vão ao TSE para ouvir dele as maravilhas que são as urnas eletrônicas brasileiras – disse Bolsonaro no dia 6 de junho.

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