O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, voltou a mandar recados duros ao presidente Jair Bolsonaro (PL) num evento realizado nos Estados Unidos em que defendeu a confiabilidade do processo eleitoral no País. Sem citar diretamente o atual ocupante do Palácio do Planalto, Fachin atacou a principal proposta veiculada pela campanha bolsonarista até o momento: ampliar o acesso ao porte de armas no Brasil, seguindo o modelo dos Estados Unidos. Para o ministro, porém, “sociedade armada é sociedade oprimida”.
“A sociedade precisa armar-se do seu voto, consciência política, sentimento de justiça, coexistencialidade”, disse. A declaração foi feita em palestra no instituto internacional Wilson Center, nos EUA. Fachin também não poupou nos recados aos comandantes das Forças Armadas. O presidente do TSE voltou a frisar que os militares devem atuar em defesa dos interesses do Estado. “Quando chamada à arena pública, (as Forças Armadas) são chamadas para defender as instituições e garantir segurança institucional, não o contrário”, afirmou.
O TSE vem sendo questionado de forma recorrente pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e pelo alto comando das Forças Armadas. Em um ato inédito no processo eleitoral, Nogueira enviou ofício a Fachin para avisar que nomearia oficiais militares para fiscalizar as eleições. O ministro da Justiça, Anderson Torres, seguiu o colega de governo e prometeu indicar agentes da Polícia Federal (PF) para atuar junto ao tribunal.