Antonio Carlos Santoro Filho, juiz na 45ª Vara do Foro Central Cível de São Paulo, negou pedido de indenização feito por 11 pessoas que se sentiram ofendidas com o termo utilizado pelo historiador Marco Antonio Villa (Cidadania-SP), em seus comentários "jornalísticos", em que ofendia os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) de "nazistas".
Villa, que agora é pré-candidato a deputado federal, xingou o chefe do Planalto, incansavelmente, de ladrão,
genocida, corrupto, golpista e fascista. Mas, não apresentou provas e, ainda assim, suas falas foram consideradas pelo magistrado como "históricas".
O juiz, não só "inocentou" Villa das ofensas proferidas a todos os que têm opiniões divergentes das dele, quanto argumentou que uma ação contra o historiador estava fora de cogitação porque o comentarista falou sem "contextualizar" ninguém.
- A partir de fatos históricos, de maneira absolutamente genérica, sem qualquer individualização, o modo de atuação dos apoiadores do presidente -
- A procedência ou não da crítica deve ser julgada pelo público — e, em última análise, pelos eleitores —, e não pelo Poder Judiciário, pois dela não se depreende o propósito de ofender os apoiadores do atual presidente da República, mas de apresentar, ainda que de maneira ácida, mordaz ou mesmo agressiva, a atuação política de parte dos cidadãos e alertar, sob a convicção do réu, a respeito dos riscos de tal linha de ação - despistou.
Parece mesmo que a ineficiência e o "jetinho brasileiro" migraram da política nos últimos anos e se entranharam no Poder Judiciário de uma forma tão atroz que a Justiça em nosso país, por vezes, tem sido "justa" somente para um lado.