A vice-procuradora geral da República, Lindôra Araujo, é a nova pedra no sapato do ministro Alexandre de Moraes.
A atuação da procuradora já está atazanando a vida do magistrado que parece que finalmente encontrou uma adversária a altura.
Ela está batendo forte e é efetivamente um incômodo inesperado na trajetória de Moraes.
Lindôra afirmou que o ministro “adentrou nas funções precípuas e exclusivas” do Ministério Público e “contaminou” provas de uma investigação contra o presidente Jair Bolsonaro.
A manifestação foi anexada ao inquérito que apura o vazamento de informações sigilosas da Justiça Eleitoral por parte de Bolsonaro e do deputado federal Filipe Barros (PL-PR), durante uma “live” transmitida pelas redes sociais em agosto do ano passado.
Em fevereiro deste ano, a PGR pediu o arquivamento da investigação. Porém, Moraes a manteve ativa. Em maio, cobrou da Polícia Federal (PF) novos dados a respeito do caso. Segundo ele, faltava um relatório específico “essencial para a completa análise dos elementos de prova”.
Lindôra criticou o ministro por determinar novas diligências investigativas sem ouvir previamente a opinião da PGR, como seria de praxe, limitando-se a enviar ao órgão as cópias de suas decisões monocráticas, como as sucessivas prorrogações de prazo concedidas à PF.
Resta saber, como irá reagir Moraes nessa indigesta disputa com uma mulher aguerrida e que parece estar coberta de razão.