O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quinta-feira (6) que o mundo está mais perto do Armagedom do que jamais esteve desde a crise dos mísseis cubanos de 1962, no auge da Guerra Fria.
– Pela primeira vez desde a crise dos mísseis cubanos, temos a ameaça de uma arma nuclear se as coisas continuarem do jeito que estão agora – declarou Biden em um evento de arrecadação de fundos organizado pelo Partido Democrata no estado de Nova York.
O presidente americano indicou que seu homólogo russo, Vladimir Putin, está em uma situação em que é difícil encontrar uma saída – especialmente após os últimos reveses militares na Ucrânia – e que provavelmente está à procura de soluções que lhe permitam livrar a cara.
Biden comentou ainda que o conhece “muito bem” e que sabe que não estava brincando quando disse que poderia usar armas nucleares táticas ou biológicas, uma vez que suas Forças Armadas estão mostrando um nível inferior ao esperado.
– Eu não acho que você possa usar armas nucleares táticas sem acabar no Armagedom – comentou o presidente.
A crise dos mísseis aconteceu em outubro de 1962, quando os EUA descobriram no dia 15 daquele mês que a União Soviética havia instalado 42 mísseis em Cuba com ogivas nucleares de médio alcance apontadas para seu território.
A devolução da base de Guantánamo, o levantamento do embargo financeiro e o fim das ações de subversão e propaganda ideológica, atos de pirataria na costa cubana e sabotagem foram os pontos que o então líder cubano, Fidel Castro -falecido em 2016 -, levou à negociação.
À beira de um confronto nuclear, o então presidente dos EUA, John F. Kennedy, e o então líder soviético, Nikita Khrushchev, negociaram uma solução para a crise contra o relógio por meio de uma troca de cartas entre 25 e 28 de outubro de 1962.
Os cubanos praticamente souberam do acordo pela imprensa, apesar de o entendimento incluir o desmantelamento e a retirada dos mísseis de seu território – juntamente com a retirada de 56 mísseis americanos localizados no Irã e na Turquia, perto da fronteira sul da União Soviética.