Convertida em cabo eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste segundo turno da campanha, a senadora Simone Tebet (MDB) gostaria de ser ministra da Educação, se o petista chegar ao Palácio do Planalto. O PT, porém, tem planos de comandar a Educação e quer dar a Simone a pasta da Agricultura.
A senadora ficou em terceiro lugar na disputa e é vista pela campanha de Lula como um trunfo político para conquistar votos de indecisos, principalmente de centro e centro-direita, na reta final, ajudando a quebrar resistências ao PT.
Embora coordenadores da campanha de Lula não falem publicamente sobre composição de eventual ministério, o PT nunca escondeu que gostaria de comandar novamente a Educação. Nos governos Lula e nos primeiros 15 meses da gestão de Dilma Rousseff, a pasta esteve nas mãos do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, hoje candidato do PT ao Palácio dos Bandeirantes. Aloízio Mercadante, atual coordenador do programa de governo de Lula, também foi ministro da Educação sob Dilma.
Se o PT perder a disputa para o governo paulista e Lula retornar ao Planalto, Haddad é cotado para voltar à Educação. O nome do ex-prefeito também vem sendo citado para outras pastas, como Casa Civil e Economia.
Uma ala do PT quer emplacar na Educação o senador eleito Camilo Santana, ex-governador do Ceará. A exemplo de Haddad, Santana também é mencionado para comandar Economia, que, sob Lula, deve ser novamente batizada de “Fazenda”.
Outra cadeira citada para a senadora é do Supremo Tribunal Federal (STF). Professora de Direito, Simone pode ser indicada para uma das duas vagas a que Lula terá direito na Corte, caso chegue ao Palácio do Planalto.
A primeira das vagas será aberta em maio de 2023 com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski. A segunda, em outubro, com a saída da presidente do STF, Rosa Weber. As aposentadorias são compulsórias, uma vez que os dois completarão 75 anos.
De acordo com Simone, seu apoio ao petista não está condicionado a cargos.
– Eu estou aqui pela democracia, porque quero de volta um governo humano. Eu e o presidente Lula temos grandes diferenças políticas e econômicas, mas colocamos o povo em primeiro lugar – disse a senadora.
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