Após a euforia da declaração de que Lula (PT) foi eleito presidente em segundo turno no Brasil e a rapidez com que uma imensa equipe de transição foi criada; agora, começam a aparecer as primeiras rusgas nessa relação conturbada entre o Partido dos Trabalhadores e o PSB.
A briga nos bastidores é pelo fatiamento dos ministérios.
O PSB, de Carlos Siqueira, acredita que Lula está agindo com astúcia ao indicar certos nomes que são suas "cotas pessoais" como se fossem da legenda socialista, como é o caso do ex-governador do Maranhão, Flávio Dino, para a Justiça. Assim, se conseguir jogar para a conta de Lula alguns indicados, o PSB ganha mais ministérios para a sua lista de responsabilidades.
O partido tem em mente sugerir Marcelo Freixo, Márcio França ou Paulo Câmara para as pastas do Turismo e das Cidades. Mas, tudo ainda depende de aval do PT, que tem rebatido às criticas da sigla e argumentado que o PSB é pequeno demais e elegeu poucos parlamentares para cobrar em demasiado.
A divergência, no entanto, entre os partidos é antiga. Em setembro de 2013, o PSB ficou irritado com a pressão feita pelo PT e abandonou ministérios e cargos de segundo escalão no Governo de Dilma Rousseff. O motivo foi uma nota divulgada pela legenda de Lula, que o partido socialista julgou ser "um chamado para a briga". No centro da disputa, como, aliás, ocorre até hoje, estavam os governos estaduais, que ambas as legendas não queriam perder, o controle dos ministérios e a indicação de Eduardo Campos para a presidência do Brasil.
Roberto Amaral, que era vice-presidente do PSB na época, resumiu bem o que ainda segue vigente nos dias atuais:
- Não rompemos com o PT e não declaramos guerra - resumiu, acrescentando que o PT estaria traindo a confiança do aliado, encaminhando cargos a outras "legendas amigas".