Indicado ao Ministério da Defesa para, supostamente, "pacificar" as Forças Armadas, o engenheiro José Múcio Monteiro (PTB) não assumiu um tom mais ameno para dizer como será o terceiro mandato do ex-presidiário Lula (PT) na presidência.
Ao contrário, o ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) deu a letra e antecipou que a nova gestão não vai tolerar manifestações políticas de militares nas redes sociais.
"O momento é de pacificação das Armas. Cada uma voltar para o seu papel. A despartidarização das Forças Armadas é absolutamente necessária no país", alegou, acrescentando que agirá "com doçura" para impor as regras e ser respeitado.
O Partido dos Trabalhadores já escolheu os seus comandantes para cada uma das Forças: o General Júlio César de Arruda para o Exército; o almirante Marcos Sampaio Olsen para a Marinha e o brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno para a Força Aérea Brasileira (FAB) e caberá a eles vigiar os militares e impor as novas medidas determinadas pelo ex-condenado da Lava-Jato.
Na semana que vem, Múcio se reunirá com o atual Ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, para iniciar a transição. Ele também tentará convencer os atuais chefes da Forças a anteciparem a passagem do comando para dezembro porque, para ele, existem, hoje, seis Forças: metade que tem simpatia por Bolsonaro e a outra que prefere Lula.
"O Exército, a Marinha e a Aeronáutica que gostam de Bolsonaro e o Exército, a Marinha e a Aeronáutica que gostam de Lula", delineou.
Um clima de tensão começa a se espalhar no meio militar...