Procuradores acionam Bolsonaro na PGR por incitação ao crime


Um grupo de procuradores do MPF protocolou nesta quinta-feira, 12, na PGR, uma representação criminal contra Jair Bolsonaro (PL) pelo crime de incitação.

O pedido de 15 páginas citam atos do ex-presidente, com declarações chamadas de golpistas e pautadas em supostas desinformações.

O material foi encaminhado ao procurador-geral da República, Augusto Aras.

— Após o resultado das eleições de 2022, milhares de pessoas, apoiadas em um grande volume de desinformação sobre a confiabilidade do processo eleitoral, bloquearam vias terrestres país afora, em atos que incluíram o apedrejamento de veículos que nelas transitavam, a concentração de armamentos nesses locais, e até acidentes, alguns fatais — descrevem os procuradores.

— O Brasil, nos últimos anos, tem sido palco de disseminação de desinformação em larga escala que, embora sem base alguma nos fatos, tem reverberado, em meios diversos e com impulso da internet, passando a ser acolhida por um enorme contingente de pessoas — sustentam eles.

— Essas ‘campanhas de desinformação’, quando veiculadas em larga escala na esfera pública do país, geram uma ‘desordem informacional’ com potenciais danos em numerosas frentes, como foi possível verificar, por exemplo, no curso da pandemia da Covid-19 — alega o grupo.

— Considerado todo o contexto acima, a princípio, parece configurar uma forma grave de incitação, dirigida a todos seus apoiadores, a crimes de dano, de tentativa de homicídio, e de tentativa violenta de abolição do Estado de Direito, análogos aos praticados por centenas de pessoas ao longo dos últimos meses — sustenta a representação.

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