O governo Lula está adotando uma nova estratégia para enfraquecer a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o governo está entregando cargos do segundo escalão nos Estados, como diretorias do Banco do Nordeste (BNB), superintendências da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).
Além disso, o governo está pressionando ministros de partidos aliados, especialmente do União Brasil, para ajudar a conter a CPMI. O presidente Lula exige apoio no Congresso Nacional como moeda de troca para manter o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, no cargo, apesar das acusações contra ele.
O Planalto acredita que uma CPMI agora atrapalharia votações importantes, como a da nova âncora fiscal e a da reforma tributária. No entanto, o autor do pedido de investigação dos atos de 8 de janeiro, o deputado André Fernandes (PL-CE), revelou que três colegas retiraram as assinaturas do requerimento, mas outros cinco aderiram. Hoje, o requerimento tem o apoio de 191 deputados e 35 senadores.
Para que a CPMI seja instalada, é necessário o apoio de 171 deputados e 27 senadores. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), admitiu estar trabalhando para que os aliados retirem as assinaturas do requerimento. No entanto, o deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS) criticou a ação do governo, argumentando que é necessário investigar os atos de 8 de janeiro.
A CPMI tem o objetivo de investigar os atos antidemocráticos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2022, em Brasília, e o possível envolvimento do governo e seus apoiadores nesses eventos.