A juíza substituta da 9ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, decidiu continuar com o inquérito policial que investiga um possível ataque da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) contra o senador Sergio Moro (União Brasil). O Ministério Público Federal (MPF) havia pedido o arquivamento do inquérito, alegando que o crime de extorsão mediante sequestro, investigado no caso, não foi cometido. No entanto, Hardt considerou prematuro tomar essa decisão neste momento, argumentando que a investigação ainda está em curso.
Durante a investigação, a Polícia Federal descobriu áudios, vídeos e mensagens de texto escritas em código que continham um plano para sequestrar e assassinar Moro e outras autoridades. Os planos da organização criminosa foram descobertos após um ex-integrante do PCC denunciar o caso ao MPF. Até o momento, nove pessoas foram presas pela investigação.
A juíza Hardt destacou que outros delitos foram descobertos durante a investigação e que os planos espúrios da facção criminosa envolvem outras localidades, como Cascavel, Brasília, Campo Grande e Porto Velho, onde líderes da facção estão presos. Ainda não está claro quais são esses outros delitos, mas é provável que eles estejam relacionados a crimes cometidos pelo PCC em outras regiões do país.
A notícia do plano de ataque contra o senador Sergio Moro chocou o país. Moro é uma figura controversa na política brasileira, tendo ganhado destaque como juiz federal responsável pela Operação Lava Jato, que investigou e processou vários políticos e empresários por corrupção. Ele deixou a magistratura para se tornar ministro da Justiça do governo Bolsonaro, mas renunciou ao cargo em abril de 2020, alegando que o presidente estava interferindo na Polícia Federal.
Desde então, Moro tem sido um crítico ferrenho do governo Bolsonaro e um potencial adversário político nas eleições presidenciais de 2022. A descoberta do plano de ataque contra ele pode ter consequências significativas para a política brasileira, especialmente se for confirmado que o governo Bolsonaro está envolvido de alguma forma.
Enquanto isso, as autoridades continuam a investigar a possível ligação entre o PCC e outras facções criminosas em todo o país. A prisão de nove pessoas até agora é um sinal de que as autoridades estão levando essa ameaça muito a sério e estão tomando medidas para proteger a segurança pública e a integridade das instituições democráticas.