Após 100 dias de gestão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não conseguiu emplacar nenhum grande projeto no Congresso Nacional. Mesmo com a reforma tributária e o arcabouço fiscal sendo as prioridades do governo, as matérias não avançaram no Parlamento e seguem sem previsão de um desfecho.
A reforma tributária, que há décadas é discutida pelo governo brasileiro, tem como objetivo unificar e simplificar impostos ao consumidor. Já o arcabouço fiscal é uma série de regras econômicas e fiscais a serem obedecidas pelo país, substituindo o teto de gastos, a atual regra em vigor, aprovada durante o mandato de Michel Temer.
Apesar da criação de um grupo de trabalho pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para acelerar a construção do texto da reforma tributária, o governo ainda não fechou o projeto que será enviado ao Congresso Nacional. O mesmo acontece com a discussão do arcabouço fiscal, que ainda não teve uma previsão de envio.
Sem o envio de grandes projetos, ainda não é possível mensurar o peso da base aliada do governo no Congresso Nacional. O presidente Lula distribuiu cargos a diversos partidos na tentativa de angariar apoio, mas isso não foi suficiente para o União Brasil, que considera o número de cargos insuficiente e parte dos parlamentares ameaça votar contra o governo nas discussões do Congresso.
Na tentativa de afagar o Congresso, o governo anunciou a liberação de R$ 3 bilhões em emendas parlamentares para ajudar na retomada de obras e implantação de projetos em 3 mil municípios. Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, afirmou que esses recursos só vão chegar graças ao diálogo e à cooperação entre o Congresso e o governo federal.