Em 1983, o gabinete do general João Figueiredo passava por uma reforma estrutural quando um marceneiro, contratado por licitação, teria achado um artefato bem estranho na presidência da República.
Uma varredura mais apurada do serviço de segurança da época descobriu na verdade que o aparelho era uma escuta para grampear o presidente.
E não acabou por aí.
A própria Dilma, em 2012, descobriu que informações sensíveis ao governo brasileiro chegaram a NSA, através de grampos.
Temer mandava revisar constantemente o Palácio.
E na gestão Bolsonaro, Allan dos Santos saiu do Brasil fazendo uma denúncia importante sobre malas em embaixadas, e na casa de um advogado de esquerda, constantemente citado. Antes de mudar para o Palácio, o mandatário atual mandou a PF olhar todo o perímetro em busca de escutas. Só depois despachou de lá.
Mas porque falar disso agora?
Lula tirou atribuições da ABIN no GSI, e entregou a Rui Costa, na Casa Civil. As informações que correm entre alguns grupos políticos de Brasília são que ministros do Supremo podem ter se incomodado com a transferência, pensando na possibilidade de espionagem interna, e talvez, até chantagens futuras.
Fontes dizem que recados foram mandados ao atual presidente, para que à agência voltasse ao comando do GSI, onde era de origem. Mas parece que Lula ignorou o contexto, e manteve as alterações.
Isso significa que um passo foi dado no sentido anti-horário da lua de mel de Inácio e a cúpula do Judiciário.
Os resultados disso podem ser complicados.
Sem apoio dos ministros, o Molusco pode antecipar problemas que teria bem mais a frente, e ajudar na construção de uma agenda que os petistas temem mais que tudo.
Algo que fica evidente a cada dia que passa.