O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de 48 horas para que a defesa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, esclareça o fornecimento de senhas inválidas à Polícia Federal, que foram entregues na semana passada para acessar os dados em nuvem de seu celular no inquérito sobre os atos de 8 de janeiro. Segundo a Polícia Federal, nenhuma das senhas fornecidas estava correta, tornando impossível a extração dos dados armazenados.
Ao manter Torres preso no dia 20, Alexandre de Moraes afirmou que o ex-ministro suprimiu informações das investigações, incluindo a possibilidade de acesso ao seu telefone celular e trocas de mensagens realizadas antes e depois dos atos. A defesa de Torres respondeu à indagação dos advogados, afirmando que as senhas podem ter sido fornecidas equivocadamente devido ao “grau de comprometimento cognitivo” do ex-ministro.
Os advogados de Torres ainda pediram a revogação preventiva do aliado de Jair Bolsonaro, alegando que ele teve crises de ansiedade na prisão. Na terça-feira (25), eles relataram que Torres estava deprimido e chorando compulsivamente. Para evitar especulações sobre a validade das senhas fornecidas, a defesa pediu a Alexandre que solicite à Apple e ao provedor de e-mail de Torres que disponibilizem à Polícia Federal todos os dados referentes à nuvem e ao e-mail pessoal.
Enquanto isso, o ministro Luís Roberto Barroso negou o pedido de liberdade do ex-ministro da Justiça. Barroso fundamentou a decisão em questões processuais e não avaliou o mérito dos argumentos da defesa. Torres mudou de advogados e está solicitando um laudo psiquiátrico para provar sua condição emocional na prisão. A defesa ainda argumenta que a prisão preventiva poderia ser substituída por medidas cautelares, como o uso de tornozeleira.