MTST pode estar envolvido com o tráfico de drogas, segundo investigação da polícia


A Polícia Civil de São Paulo está investigando a possibilidade de que moradores da ocupação Nova Palestina, localizada na zona sul da cidade e ocupada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) desde 2013, estejam sendo coniventes com o tráfico de drogas na região. Segundo a polícia, a área é conhecida por ter alta incidência de crimes relacionados ao tráfico de drogas, e investigadores que preferem manter suas identidades em sigilo afirmam que traficantes presos na região frequentavam a ocupação.

Embora nenhum dos flagrantes tenha ocorrido dentro da Nova Palestina, os suspeitos já tinham sido vistos por policiais no local e contariam com suporte da comunidade para fugir das abordagens policiais e até para esconder drogas. O 100° Distrito Policial (DP), responsável pela área, prendeu em flagrante 81 pessoas por tráfico no ano passado, e em 21 desses casos, os suspeitos foram detidos no entorno da ocupação do MTST, após serem flagrados por policiais à paisana que montaram campanas para deter os traficantes.

As investigações sobre uma ação organizada do tráfico na região ainda estão em estágio inicial. No entanto, um dos pontos de venda de drogas ficaria exatamente na frente da ocupação, em uma esquina da Estrada do M’Boi Mirim com a Rua Clemency. Por enquanto, nenhum morador ou líder da ocupação está sendo formalmente investigado.

Em nota, o MTST nega as suspeitas e acusa a polícia de agir por motivações políticas. “A própria reportagem afirma que nenhum integrante do movimento está implicado nas investigações”, diz a nota. “Por isso, lamentamos mais uma tentativa de criminalizar o MTST, que atua na luta por moradia há 25 anos e já conquistou casa e teto para mais de 15 mil pessoas.”

A ocupação Nova Palestina está no centro de uma disputa política entre a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSol), coordenador nacional do MTST. Boulos cobra que Nunes cumpra um acordo que teria sido firmado por seu antecessor, Bruno Covas, morto em 2021, que previa a regularização da área e a produção de moradias para seus habitantes. No entanto, Nunes afirma que não havia acordo firmado e que a área, que é de proteção ambiental, precisa ser desocupada e recuperada.

A notícia foi divulgada pelo site Política Online Brasil e ressalta a importância da investigação policial em relação ao tráfico de drogas nas ocupações do MTST. A comunidade local espera que as investigações sejam conduzidas com seriedade e imparcialidade, para que possam ser tomadas as medidas necessárias para combater a criminalidade e garantir a segurança dos moradores da região.

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