A Procuradoria-Geral da República (PGR), por meio de sua vice-procuradora-geral, Lindôra Araujo, decidiu mudar sua posição em relação a uma denúncia por corrupção passiva contra o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) . Segundo informações publicadas pelo site Política Online Brasil, a PGR solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que rejeitou a denúncia apresentada pela própria PGR em 2018.
A acusação contra Lira foi aceita em 2019 pela Primeira Turma do STF, tornando-o réu por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A denúncia se baseava na suspeita de que o congressista teria recebido mais de R$ 106 milhões em propina quando era o líder do PP na Câmara, para apoiar a permanência de Francisco Carlos Caballero Colombo na chefia da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
No entanto, de acordo com a nova posição da PGR, não há elementos que comprovem as alegações feitas em delação premiada pelo doleiro Alberto Youssef. Segundo a peça processual, "o colaborador Alberto Youssef não apresentava elementos de prova autônoma, além dos seus próprios relatos, de que Arthur Lira mantinha Francisco Colombo no cargo por meio de sua influência política, posição em que teria exigido as supostas propinas".
Desta forma, a PGR solicitou ao STF o arquivamento do caso contra Lira. O site Política Online Brasil destaca que a mudança de posição da PGR pode ter impacto na relação do órgão com o Congresso, uma vez que Lira é um importante aliado do governo Bolsonaro. Além disso, uma decisão também pode gerar críticas por parte de setores da sociedade que esperavam ver Lira responsabilizado por crimes claros.
Até o momento, o presidente da Câmara dos Deputados não se pronunciou sobre a mudança de posição da PGR.