O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), demonstrou sua insatisfação com a dificuldade de acesso direto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante uma festa no Rio de Janeiro no fim de semana, Moraes expôs suas queixas em voz alta diante de advogados e outros ministros, conforme relatado na coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo, nesta terça-feira (16).
De acordo com a publicação, Moraes afirmou que conversar com Lula é excessivamente complicado, pois o presidente não utiliza celular e qualquer comunicação precisa passar pelo filtro de um assessor. O ministro teria mencionado que, nos últimos dois meses, tem tentado enviar mensagens para o Planalto, mas até o momento não obteve resposta de Lula.
O principal interesse de Moraes é convencer o presidente a indicar o ministro Luis Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), para ocupar a vaga aberta no Supremo com a aposentadoria de Ricardo Lewandowski, ocorrida em abril.
Segundo a coluna, Lula tem evitado o ministro exatamente para evitar a pressão em relação à escolha de outro candidato para o STF. O presidente já sinalizou que pretende indicar seu advogado pessoal, Cristiano Zanin.
Os interesses de Moraes não se limitam apenas a isso. Ele também almeja ocupar as duas novas vagas que serão abertas nesta semana no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), visando ampliar seu poder e manter influência sobre as decisões da Corte Eleitoral mesmo após deixar a presidência, em junho de 2024.
O ministro tem feito campanha em favor do advogado Floriano de Azevedo Marques, professor da USP e seu amigo de longa data, para ocupar uma das vagas no TSE.