"Armas disparam, quem mata é o homem", diz ministro Nunes Marques


Armas disparam, quem mata é o homem: Ministro Nunes Marques vota contra flexibilização do acesso às armas

No julgamento dos decretos que ampliavam o acesso à posse e à compra de armas de fogo, realizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Nunes Marques chamou a atenção ao defender o direito das pessoas de se armarem, mesmo votando contra os decretos do ex-presidente Jair Bolsonaro que flexibilizavam o acesso às armas.

Apesar de apresentar argumentos semelhantes aos usados pelos bolsonaristas, o ministro acabou votando com a relatora, Rosa Weber, pela suspensão dos decretos. Em seu voto, Nunes Marques afirmou que a alegação de que mais armas em circulação aumentam a violência é apenas uma "narrativa", e ressaltou que "armas disparam, facas cortam, quem mata é o homem".

O ministro baseou seu posicionamento em dados fornecidos pela Polícia Federal e pelo Ministério da Justiça, que mostram que mais da metade dos homicídios são cometidos com o uso de arma branca ou outros objetos, e não com armas de fogo. Ele destacou que o direito à vida deve garantir que as pessoas possam se defender, e que a posse de armamento adequado é uma forma de proteger esse direito constitucional.

No entanto, um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou que mais de 6,3 mil homicídios registrados nos quatro anos do governo Bolsonaro poderiam ter sido evitados se não fossem criadas novas regras que facilitam o acesso a armas de fogo. Durante o governo Bolsonaro, mais de 40 atos foram editados para alterar normas sobre posse, porte e acesso a armamento e munições.

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