Após dois meses de espera, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu assinar a ordem de busca e apreensão contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES), atendendo à representação da Polícia Federal (PF). A ação policial tinha como objetivo investigar possíveis tentativas do parlamentar de obstruir as apurações sobre os atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro.
A representação da PF, apresentada desde abril, solicitava medidas contra o senador, como sua prisão ou afastamento do mandato no Senado. No entanto, Moraes optou por deixar a representação em espera, em um verdadeiro "banho-maria". Somente na noite de quarta-feira, quase dois meses depois, o ministro decidiu assinar a ordem, que foi cumprida na tarde desta quinta-feira.
Curiosamente, o pedido original da PF não incluía busca e apreensão, sendo uma decisão pessoal do ministro adicionar essa medida à investigação. As buscas foram realizadas no apartamento funcional ocupado pelo senador em Brasília, assim como em seus endereços residenciais em Brasília e em Vitória.
No dia em que a ordem foi cumprida, coincidentemente também era o aniversário de Marcos do Val. Pouco antes disso, o senador publicou em uma rede social uma crítica a Moraes, afirmando que suas ações são conhecidas como anticonstitucionais nos meios jurídicos e entre os magistrados. Ele ainda acrescentou: "Quem trai a Constituição é um traidor da pátria!".
Além das buscas e apreensões, o ministro determinou a suspensão dos perfis do senador nas redes sociais. A investigação contra Marcos do Val envolve suas supostas tentativas de obstruir as apurações dos atos terroristas de 8 de janeiro. No início deste ano, o senador admitiu publicamente ter tratado com Jair Bolsonaro sobre um plano para derrubar Moraes e questionar a legitimidade das eleições presidenciais de 2022.
Essa nova ação do ministro Moraes contra o senador Marcos do Val evidencia a continuidade das investigações sobre os atos antidemocráticos e destaca a atuação do STF na preservação do Estado de Direito. A busca e apreensão, bem como a suspensão dos perfis nas redes sociais, demonstram a seriedade das acusações e a importância de garantir a integridade das investigações em curso.