Escândalo: Empresas investigadas pela PF têm relação com órgãos vinculados ao PP


Empresas ligadas ao PP são alvo da PF por contratos milionários com órgãos públicos

Uma investigação da Polícia Federal (PF) revelou uma intricada rede de empresas e pessoas interligadas a diversos ministérios e órgãos públicos, envolvida em contratos milionários com indícios de fraudes e conexões com o antigo PP, hoje Progressistas, partido liderado por Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados. Além das suspeitas de compras irregulares para escolas públicas e relações duvidosas de um assessor de Lira, a PF descobriu uma rotina de entregadores de dinheiro que evidencia a extensão dos negócios ilícitos.

A investigação teve início com o objetivo de apurar o superfaturamento de kits de robótica no Ministério da Educação (MEC), mas se expandiu para outras áreas. Empresas fornecedoras estatais foram identificadas em contratos para obras e serviços de segurança, limpeza e coleta de resíduos, em ministérios como o da Cidades, Infraestrutura e Agricultura.

Dentro do MEC, além do escândalo envolvendo os kits de robótica, a PF encontrou evidências de irregularidades em outras frentes. O Instituto Federal de Alagoas (IFAL) e a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), localizadas no estado de Arthur Lira, realizaram contratos no valor de mais de R$ 13 milhões com a empresa BRA Serviços Administrativos Ltda, cujo proprietário é o policial civil alagoano Murilo Sérgio Jucá Nogueira Junior.

A investigação revelou que Murilo está ligado ao endereço onde a PF encontrou R$ 4 milhões em dinheiro vivo dentro de um cofre. Além disso, ele é proprietário de um carro utilizado tanto nas entregas de valores do esquema quanto na campanha eleitoral de Lira em 2022. O contrato mais recente da empresa de Murilo foi assinado com o IFAL, no valor de R$ 1,2 milhão, para prestação de serviços de motorista. A Reluzir Serviços Terceirizados Ltda, outra empresa de Murilo, também participou da concorrência, sugerindo um possível jogo previamente combinado.

As investigações apontam ainda para a conexão das empresas investigadas com outros órgãos públicos. Em Brasília, o grupo de empresas envolvidas no esquema conquistou contratos públicos, como a limpeza de hospitais na Secretaria de Saúde do Distrito Federal, por meio de dispensa de licitação. A BRA Serviços Administrativos Ltda, mesmo sem ser local, obteve um contrato de quase R$ 70 milhões, o que gerou indignação entre as empresas concorrentes. O processo foi marcado por irregularidades, como a entrega de documentos fora do prazo estabelecido e o favorecimento à empresa alagoana.

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