Escândalo na CPMI: Sérgio Moro denuncia omissões da relatora e exige apuração do 'general de Lula'

Comissão Parlamentar Mista de Inquérito é criticada por falta de inclusão de investigações cruciais


O ex-juiz Sérgio Moro fez duras críticas à relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), senadora Eliziane Gama, durante uma sessão realizada no dia 8 de janeiro. Moro apontou omissões no plano de trabalho apresentado por Gama, enfatizando que a investigação da omissão das autoridades do governo Lula e a apuração das imagens que mostram o ministro de Lula, general G. Dias, interagindo com manifestantes não foram incluídas.


Durante a sessão, Moro destacou a confusão entre omissão e obstrução: "A Comissão tem que investigar a invasão e a depredação do 8 de janeiro. Não há problema nenhum em analisar os antecedentes que levaram a essa invasão e depredação. Existe a possível omissão das autoridades em prevenir a ocorrência das invasões e depredação, mas existe a obstrução das investigações e a obstrução da prestação de informações ao Congresso Nacional e às autoridades."


O ex-juiz ainda ressaltou que o requerimento anexo não contemplava a apuração dos episódios relacionados aos vídeos e à adulteração dos documentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), fato que já havia sido apontado por outros parlamentares.


Moro sugeriu a criação de subcomissões na CPMI, proposta que foi rejeitada pela relatora. Com a percepção de que a CPMI está sendo controlada pelo governo, o ex-juiz afirmou que a comissão caminha para se tornar mais uma "CPI do Circo", em referência à CPI da Pandemia, que, segundo ele, foi utilizada principalmente para perseguição política.


O ex-juiz criticou a postura da CPI da Pandemia, mencionando a falta de investigação de indícios de corrupção nos recursos enviados pelo governo federal e o direcionamento de esforços para humilhar pessoas e empresas que manifestaram apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Moro também destacou a quebra de sigilos sem fundamentação, o vazamento de dados sigilosos para a imprensa e ameaças de prisão.


Segundo o ex-juiz, esse procedimento segue um padrão observado em inquéritos conduzidos em cortes superiores, onde a imprensa atribui rótulos a grupos de pessoas, resultando em medidas invasivas, como quebras de sigilo, interrogatórios e apreensões. Moro ressaltou que essas ações costumam ser direcionadas aos veículos de imprensa independentes, visando eliminar a concorrência, controlar a informação e manipular a população.


Em outro contexto, Moro mencionou um inquérito administrativo no Tribunal Superior Eleitoral, onde o confisco de renda de pessoas, sites e canais conservadores, incluindo a Fol


ha Política, foi ordenado pelo ministro Luís Felipe Salomão. Essa decisão, que recebeu elogios de outros ministros, afeta a totalidade da renda dos veículos, com o objetivo de levá-los ao fechamento por falta de recursos.


Moro concluiu ressaltando que os rendimentos da Folha Política e de outros veículos estão retidos há mais de 23 meses sem base legal, evidenciando a falta de transparência e ações questionáveis em relação à liberdade de imprensa.


Essa notícia destaca as críticas feitas por Sérgio Moro em relação à relatora da CPMI e às omissões no plano de trabalho da comissão. Também expõe a preocupação do ex-juiz com a possibilidade de a CPMI repetir os problemas observados na CPI da Pandemia, além de abordar questões relacionadas à manipulação da informação e à perseguição política.

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