Lula critica Campos Neto por "jogar contra a economia brasileira" e classifica a taxa Selic como "irracional"
Em uma entrevista coletiva concedida na quarta-feira (22/6), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua insatisfação com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros, conhecida como Selic, em 13,75%. Lula classificou o patamar da Selic como "irracional" e afirmou que não há explicação aceitável para a manutenção desse percentual. Além disso, o ex-presidente acusou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de "jogar contra a economia brasileira".
Durante a coletiva, realizada antes de embarcar da Itália para a França, Lula criticou a política monetária adotada pelo Banco Central. Ele destacou que, mesmo com uma inflação em torno de 5%, a taxa de juros permanece extremamente elevada, o que resulta em um aumento do juro real. Lula ressaltou que essa situação tem impactos negativos na sociedade, afirmando que "ninguém no Brasil está tomando crédito porque a sociedade não consegue pagar".
O ex-presidente enfatizou que a taxa Selic de 13,75% é considerada irracional diante do atual cenário econômico do país. Ele ressaltou que não é apenas o governo que está questionando as decisões do Banco Central, mas sim toda a sociedade brasileira, incluindo a Confederação Nacional da Indústria e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, que é a maior do Brasil. Lula também mencionou que os maiores varejistas do país também estão lutando contra as altas taxas de juros.
Além de suas críticas, Lula aproveitou a oportunidade para cobrar a ação dos senadores no sentido de pressionar a diretoria do Banco Central. Ele lembrou que foram os senadores que indicaram Campos Neto para o cargo e ressaltou a importância de verificar se ele está cumprindo adequadamente suas responsabilidades. O ex-presidente expressou sua desconfiança em relação ao presidente do Banco Central, afirmando que ele joga contra a economia brasileira. Lula declarou que não existe uma explicação aceitável para a taxa de juros se manter tão alta, especialmente considerando a inexistência de inflação de demanda.