O senador Marcos do Val (Podemos-ES) reagiu à operação da Polícia Federal (PF) realizada nesta quinta-feira (15/6) e alegou que se trata de uma "tentativa de intimidação" coordenada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Em entrevista à GloboNews, do Val declarou que essa ação era esperada, uma vez que ele convocou Moraes para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) e expôs que o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já tinham conhecimento prévio dos acontecimentos relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro.
No decorrer da tarde, três mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços vinculados ao parlamentar, incluindo seu gabinete em Brasília e sua residência em Vitória (ES). Durante a ação, foram apreendidos computadores, pen drives e o celular de Marcos do Val. O senador afirmou que houve uma invasão e irregularidade por parte da PF, e que essa questão será tratada pela equipe jurídica do Senado. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que também determinou que o parlamentar preste depoimento.
No início deste ano, Marcos do Val acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira de organizarem uma reunião no final de 2022, com o intuito de envolvê-lo em um plano de golpe de Estado. O senador alegou ter consultado Alexandre de Moraes sobre o que fazer, e o ministro teria afirmado: "vá, porque as informações são importantes".
Essa situação levou a uma investigação contra o senador, além de acusações nas redes sociais, incluindo a divulgação de documentos sigilosos, contra Moraes e outras autoridades. Durante a entrevista à GloboNews, do Val comparou a investigação a uma "emboscada" arquitetada por Moraes, utilizando a analogia de acusar alguém de tráfico de drogas após enviar essa pessoa para um local onde ocorre a venda de entorpecentes.