Ministro Paulo Teixeira defende importância do MST e critica CPI em entrevista exclusiva ao Correio
Brasília, DF - O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, expressou sua confiança em contribuir para a questão da reforma agrária e lidar com os movimentos sociais do campo, incluindo o Movimento dos Sem Terra (MST), em uma entrevista exclusiva ao Correio. Embora reconheça a importância do MST em seu papel reivindicatório, Teixeira afirmou que as ocupações de protesto nas áreas da empresa Suzano e da Embrapa foram "inadequadas". No entanto, ele enfatizou que, se convocado pela CPI, falará "com alegria" sobre o movimento.
O ministro Paulo Teixeira saiu em defesa da articulação do governo e reconheceu a influência do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), como uma realidade com a qual o governo terá que lidar. Ele ressaltou a importância de diminuir as tensões no campo e buscar a pacificação. Teixeira destacou os pontos positivos do MST, incluindo seu trabalho na produção de alimentos saudáveis, na organização dos mais pobres para trabalhar no campo e na agregação de valor por meio de cooperativas.
Para o ministro, não há motivos para criminalizar o MST. Ele citou os protestos recentes, como as ocupações de terras da Suzano na Bahia, onde alegavam descumprimento de um acordo, e da Embrapa, alegando que as pesquisas não eram direcionadas para a agricultura familiar. Em ambos os casos, Teixeira afirmou que foram estabelecidas mesas de negociação e que os manifestantes saíram voluntariamente. Ele ressaltou que não é o momento de estimular conflitos e criticou a CPI, afirmando que ela se tornou um palco de guerra e aumentou as tensões no Brasil.
Quando questionado sobre a CPI do MST, o ministro enfatizou sua disposição em comparecer à Câmara dos Deputados para falar sobre o movimento, pois acredita em suas virtudes. Ele destacou que o MST contribui para a produção de alimentos, a organização dos mais pobres e a valorização da agricultura familiar. Teixeira ressaltou que não há contradição entre o MST e o agronegócio, enfatizando a importância de reconhecer os méritos da ação do movimento.
A entrevista exclusiva ao Correio revela a posição do ministro Paulo Teixeira em relação ao MST e à CPI em andamento na Câmara dos Deputados. Sua defesa do movimento e sua crítica ao clima conflituoso gerado pela CPI refletem a busca por pacificação e diminuição das tensões no campo. O desafio do governo em lidar com essas questões sensíveis e complexas continua, enquanto o país segue em busca de soluções para promover a justiça social e o desenvolvimento sustentável no setor agrícola.