Palácio do Planalto Suspeita que Parte da Bancada do PT Tenha se Aliado a Arthur Lira


Brasília, Brasil - O Palácio do Planalto, local de trabalho oficial do Presidente do Brasil, tem a avaliação de que parte da bancada do PT (Partido dos Trabalhadores) foi cooptada por Arthur Lira, Presidente da Câmara dos Deputados, e tem se posicionado mais ao lado dele do que apoiando os esforços de articulação política. Uma série de episódios ocorridos desde o início do ano também reforçou essa impressão nos ministros.


Recentemente, a Ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, desabafou com um parlamentar do PT sobre seu espanto com o comportamento dos deputados do partido, que demonstraram o mesmo apetite por emendas que os deputados do Centrão. Essa percepção da ministra não é isolada. A impressão geral é de que muitos desejavam a continuidade do "orçamento secreto", mas agora direcionado para beneficiar a base de Lula.


Outro episódio que causou desconforto ocorreu na formação da CPMI do dia 8 de janeiro. O líder do governo na Câmara, José Guimarães, e o líder do PT na Casa, Zeca Dirceu, não informaram a Alexandre Padilha sobre um acordo costurado por Arthur Lira para a escolha do deputado Arthur Maia como presidente do colegiado.


Lira tentava, em parceria com Davi Alcolumbre, eleger Maia para a presidência e Weverton Rocha, um dos principais aliados de Alcolumbre, como relator. Dessa forma, o governo ficaria nas mãos de ambos, e eles teriam controle sobre a distribuição de emendas, na Câmara e no Senado, respectivamente, assim como ocorreu durante o governo Bolsonaro.


A Secretaria de Relações Institucionais só descobriu sobre o acordo na véspera da instalação da CPMI e conseguiu evitar a derrota.


A leitura do Planalto é que Lira deseja indicar o deputado José Guimarães como Ministro da Secretaria de Relações Institucionais, substituindo Padilha. Dessa forma, acredita o Palácio, Lira teria alguém que chegou ao cargo com seu apoio e atuaria de acordo com seus interesses.


Guimarães foi um dos principais defensores do apoio do governo à reeleição de Lira, argumentando que não havia força para lançar outro candidato — o que era verdade.


A dinâmica atual entre a bancada do PT, Arthur Lira e os esforços de articulação política do governo continua sob escrutínio. O Palácio do Planalto busca navegar nesse cenário complexo para garantir uma abordagem coesa e efetiva na governança e formulação de políticas. As manobras políticas e alianças no Congresso brasileiro continuam moldando o cenário político do país e influenciando os processos de tomada de decisão.



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