Revelações bombásticas de generais prometem agitar a CPMI do 8 de Janeiro


Relatora da CPMI do 8 de Janeiro apresenta plano de trabalho e requerimentos para investigações


A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, divulgou o plano de trabalho da comissão, juntamente com 62 requerimentos, visando aprofundar as investigações sobre os atos ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro. A votação dos requerimentos está marcada para a próxima terça-feira, dia 13 de junho.


Entre os requerimentos apresentados pela senadora, destaca-se a solicitação para ouvir o ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro, o general do Exército Walter Braga Netto, como testemunha. Segundo o requerimento, Braga Netto poderá trazer informações relevantes para os trabalhos da comissão. Além disso, a relatora também pretende ouvir Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e titular da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) durante a invasão às sedes dos Três Poderes.


Outra figura-chave a ser ouvida é o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, que atuou como ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. O requerimento destaca que suas manifestações em diálogos já divulgados sugerem um possível envolvimento em escala maior do que inicialmente apontada.


Além dessas testemunhas, a relatora também solicitou a inquirição do ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro, general Augusto Heleno, e do então chefe do GSI durante o dia 8 de janeiro, Marco Edson Gonçalves Dias. Outros nomes importantes incluem o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e o interventor na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli.


No total, a relatora Eliziane Gama requer a oitiva de 32 pessoas, incluindo empresários investigados por financiar os atos, agentes públicos de diversas instituições, como Polícia Militar, Polícia Civil, Comando Militar do Planalto, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Federal, além dos presos acusados pela tentativa de colocar uma bomba próxima ao Aeroporto de Brasília.


Além dos requerimentos da relatora, outros 230 pedidos de oitivas e informações foram apresentados pelos membros da CPMI e serão analisados na próxima semana.


Um dos requerimentos mais significativos é o pedido de reclassificação dos relatórios de inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) de sigilosos para públicos. A senadora solicita que todos os relatórios desde dezembro de 2022, que contenham alertas e análises dos riscos relacionados às invasões e depredações de prédios públicos, sejam tornados públicos. Eliziane Gama destaca a necessidade dessa medida diante das suspeitas de adulterações e omissões de informações relevantes nos relatórios encaminhados ao Congresso Nacional pelo ex-ministro chefe do


 GSI, Gonçalves Dias.


Além disso, a relatora busca informações sobre os atos golpistas em diferentes instâncias, incluindo a CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal, que investiga os atos, e a Polícia Militar do DF, com o objetivo de obter os inquéritos sobre a conduta e omissões dos comandantes e agentes no dia da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, bem como os dados sobre o total de tropas mobilizadas na Esplanada naquele dia.


A CPMI do 8 de Janeiro segue com seus trabalhos de investigação, buscando esclarecer os fatos e responsabilidades relacionados aos eventos ocorridos em Brasília no início deste ano. A votação dos requerimentos na próxima semana definirá os próximos passos da comissão e a amplitude das investigações.

Postagem Anterior Próxima Postagem