Ex-presidente Jair Bolsonaro critica decretos de Lula que tornam controle de armas mais rígido
O ex-presidente Jair Bolsonaro utilizou sua conta no Twitter para criticar os decretos assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tornam mais rígidos o controle de armas de fogo no país. Em uma postagem nesta segunda-feira (24), Bolsonaro compartilhou uma foto de 2004, quando cumpria seu quarto mandato como deputado federal, em que aparece colocando uma faixa em um gramado de Brasília com os dizeres "entregue sua arma, os vagabundos agradecem".
Na época da foto, Bolsonaro fazia oposição à campanha do desarmamento, política adotada no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que entre 2004 e 2011 recolheu e destruiu mais de 570 mil armas em circulação no Brasil. Na última sexta-feira (21), Lula assinou novos decretos anti-armas, que trazem medidas como a redução do limite de armas a que podem ter acesso caçadores, atiradores esportivos e colecionadores (CACs) e a restrição de uso de alguns calibres, como o da pistola 9mm, que só poderão ser utilizadas por forças de segurança. Além disso, os decretos estabelecem a limitação de horário de funcionamento para clubes de tiro.
Ao longo de seu mandato na Presidência da República, a flexibilização do acesso a armas foi uma das principais pautas adotadas por Jair Bolsonaro. O número de registros CACs (caçadores, atiradores esportivos e colecionadores) saltou de 117,5 mil em 2018 para 783,4 mil em 2022, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
O ex-presidente defendia que a aquisição de armamentos era importante para a legítima defesa dos civis, reforçando a frase "povo armado jamais será escravizado" em diversas ocasiões. A política de flexibilização do acesso a armas adotada por Bolsonaro gerou debates e controvérsias ao longo de seu mandato, dividindo opiniões na sociedade brasileira.