Ministério Público Militar Intervém na CPI: Exército Deve Explicar Presença Fardada de Mauro Cid
O Ministério Público Militar (MPM) solicitou ao Comando do Exército Brasileiro esclarecimentos sobre a suposta orientação dada para que o tenente-coronel Mauro Cid comparecesse fardado à audiência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, realizada no Congresso Nacional. O pedido ocorreu após a deputada Luciene Cavalcante (PSol-SP) enviar uma representação ao órgão, preocupada com a possível vinculação da imagem das Forças Armadas a atos ilícitos durante as investigações.
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está sob investigação por supostamente fazer parte de um plano golpista que teria como objetivo impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como Presidente da República e fraudar cartões de vacina.
A presença de Cid fardado na CPMI do 8 de janeiro causou polêmica, e a defesa do militar pediu o arquivamento de uma ação por suposto "abuso do direito ao silêncio" durante o depoimento. A CPMI buscava esclarecimentos sobre a atuação de Cid em um plano golpista após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
O procurador-geral Clauro Roberto de Bortolli, do Ministério Público Militar, analisou a representação enviada pela deputada e destacou que a ida de Cid fardado para a audiência que investiga possíveis envolvimentos em crimes pode afetar a imagem das Forças Armadas de forma negativa. Ele apontou que o Estatuto dos Militares prevê a possibilidade de afastamento do cargo em casos de incompatibilidade, o que não aconteceu no caso de Cid.