PGR intensifica investigações sobre possível participação de Bolsonaro nos atos de 8 de janeiro
A Procuradoria-Geral da República (PGR) está avançando nas investigações para determinar se denunciará o ex-presidente Jair Bolsonaro por sua possível participação nos atos ocorridos em 8 de janeiro. O foco da investigação agora recai sobre um grupo restrito de seguidores de Bolsonaro, já indiciados, que foram responsáveis por invadir as sedes dos três poderes em Brasília. O inquérito tem previsão para ser concluído em setembro, e a pressão aumenta em torno das análises das postagens do ex-presidente nas redes sociais.
Inicialmente, a investigação estava centrada em uma única postagem feita por Bolsonaro dois dias após os atos. Contudo, o Ministério Público Federal tomou uma iniciativa recente, solicitando ao ministro Alexandre de Moraes que todas as postagens do ex-presidente contendo as palavras-chave "urnas", "STF", "TSE" e "Forças Armadas" sejam incorporadas à investigação. Caso Moraes aceite o pedido, uma nova frente de investigação será aberta, permitindo à PGR rastrear se os envolvidos nos atos visualizaram, compartilharam ou interagiram com essas publicações.
O subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, foi incisivo em seu pedido a Moraes para que as plataformas de mídia social informem se os 244 réus seguiam Bolsonaro e compartilharam suas postagens ou declarações que criticavam o sistema eleitoral. Essa conexão poderá ser crucial para a investigação, uma vez que pode indicar que muitos dos réus interagiram com as publicações do ex-presidente, mesmo que as postagens tenham sido posteriormente apagadas. Essa possível interação poderia ser interpretada pela PGR e por Moraes como uma tentativa de "inflamar" os seguidores contra o sistema de votação.
As investigações têm gerado grande expectativa e dividido opiniões na sociedade. Enquanto apoiadores de Bolsonaro defendem a liberdade de expressão e questionam a imparcialidade do processo, críticos do ex-presidente enfatizam a importância de esclarecer a responsabilidade de figuras públicas em eventos que possam ter incentivado atos extremos.