CPI do MST é marcada por conflitos e pedidos de cassação de deputados governistas
As reuniões de trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento Sem Terra (MST) têm sido palco de tensões, ataques e narrativas conflitantes entre parlamentares governistas e de oposição. Enquanto a esquerda radical busca desvendar os bastidores das invasões de terra no Brasil, os governistas têm sido acusados de interrupções, histeria e de não cooperar com o andamento das investigações, segundo uma reportagem especial do canal Fator Político BR.
A bancada do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) deu entrada em um pedido de cassação contra o presidente da CPI do MST, o deputado federal Tenente Coronel Zucco, representante do partido Republicanos-RS, e do relator, deputado federal Ricardo Salles, filiado ao Partido Liberal (PL) de São Paulo. As acusações afirmam que ambos os parlamentares seriam misóginos, uma acusação considerada absurda pelos governistas, que enxergam nela apenas uma tentativa de rotular e desumanizar seus adversários políticos.
O cerne da questão, de acordo com o PSOL, reside na alegação de que a deputada Sâmia Bonfim, membro da CPI, teria sido impedida de se expressar durante as reuniões. No entanto, os parlamentares governistas rejeitam essa afirmação e argumentam que tanto Sâmia Bonfim quanto a deputada Talíria Petrone, ambas do PSOL, têm se envolvido constantemente em conflitos com outros parlamentares, o que estaria prejudicando o avanço das investigações.
Enquanto a CPI busca esclarecer os detalhes das invasões de terra, figuras importantes têm sido alvo de suas investigações, como é o caso de José Rainha, ex-líder do MST. O mesmo recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar comparecer à sessão da CPI, inicialmente marcada para o dia 03 de agosto. Essa decisão levanta questionamentos por parte da oposição, que acusa os governistas de não estarem interessados em revelar os possíveis envolvidos nas invasões.