Escândalo do Rolex: Advogado Admite Compra e Cria Polêmica com o Governo Federal
Em uma reviravolta surpreendente, o advogado Frederick Wassef admitiu hoje ter adquirido o polêmico Rolex nos Estados Unidos, após uma nota anterior em que ele negava qualquer envolvimento na compra do luxuoso relógio. A revelação ocorreu durante uma coletiva de imprensa concedida pelo próprio Wassef, onde ele afirmou ter adquirido o item com recursos próprios, com o propósito de devolvê-lo à Presidência da República.
No domingo passado (13/8), Wassef havia publicado uma nota em que classificava a investigação da Polícia Federal como "fake news" e "total armação". No entanto, nesta terça-feira (15), ele admitiu ter adquirido o Rolex em questão e defendeu sua decisão, alegando que seus recursos eram lícitos e legais.
"Eu comprei o relógio. A decisão foi minha. Usei meus recursos. Eu tenho a origem lícita e legal dos meus recursos. Eu tenho conta aberta nos Estados Unidos em um banco em Miami e eu usei o meu dinheiro para pagar o relógio. Então, o meu objetivo quando eu comprei esse relógio era exatamente para devolvê-lo à União, ao governo federal do Brasil, à Presidência da República", afirmou Wassef durante a coletiva.
De forma irônica, Wassef também afirmou que o governo federal deve a ele a quantia de R$ 300 mil, referente ao valor que teria pago pela joia. No entanto, a polêmica não parou por aí. De acordo com informações da Polícia Federal, Wassef teria chegado aos Estados Unidos em 11 de agosto, recomprado o relógio em 14 de agosto e retornado ao Brasil no dia 29 do mesmo mês.
Questionado sobre a viagem e a coincidência da recompra do Rolex, Wassef negou que tivesse participado de uma "operação resgate" do relógio e reiterou que sua viagem já estava planejada com antecedência e tinha cunho pessoal. Além disso, ele criou um mistério ao questionar se o relógio em questão era realmente o mesmo objeto:
"E se o relógio for outro?"
A confirmação da compra do Rolex por parte do advogado levantou uma série de questionamentos e debates em torno das intenções por trás da aquisição e da subsequente decisão de devolvê-lo à Presidência da República. Especialistas em direito e política já começaram a analisar os aspectos legais e éticos dessa situação única.
Além disso, a polêmica também lançou sombras sobre a relação entre Wassef e o governo federal. Enquanto ele alega ter agido de forma independente, muitos críticos sugerem que sua ligação com a presidência pode ter influenciado sua decisão de comprar e depois devolver o relógio. O uso de recursos próprios também suscita questionamentos sobre a transparência da transação e se isso poderia ter sido uma tentativa de encobrir uma possível transação financeira suspeita
Diante desse cenário, a oposição política já se manifestou, exigindo uma investigação aprofundada sobre o caso e chamando a atenção para a importância da transparência e prestação de contas, especialmente quando se trata de indivíduos próximos ao governo. Além disso, a sociedade em geral está atenta ao desenrolar dessa polêmica, buscando entender melhor os motivos por trás da compra e devolução do Rolex e se há alguma motivação oculta por trás dessa ação.
À medida que os debates se intensificam, o caso do Rolex adquiriu um status emblemático de investigação, ética e política no Brasil. A revelação de que Wassef comprou o relógio e sua posterior explicação levantam questões complexas sobre a relação entre poder, dinheiro e influência, colocando em destaque a importância da transparência e da responsabilidade dos indivíduos envolvidos na esfera pública.