Amorim diz que Brasil quer se reaproximar de ditadura cubana


Assessor Especial da Presidência, Celso Amorim, Visita Ditador de Cuba Miguel Díaz-Canel com Intenção de Reaproximação entre os Países

Nesta sexta-feira, dia 18 de agosto, o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, teve um encontro histórico com o ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel, marcando um passo significativo na tentativa de reaproximação entre os dois países. Durante a reunião, que se estendeu por aproximadamente uma hora, Amorim entregou uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), expressando o desejo de fortalecer os laços bilaterais.

A reunião representa um marco importante nas relações diplomáticas entre o Brasil e Cuba, demonstrando a intenção de ambos os países em reavivar a cooperação e a amizade que já foram mais robustas no passado.

Amorim destacou o desejo de que essa seja uma relação exemplar e de grande amizade entre as nações, enfatizando a importância de se fortalecer os laços históricos que unem os dois países.

Uma das principais iniciativas anunciadas durante o encontro foi a visita de especialistas do Ministério da Saúde brasileiro a Cuba em um futuro próximo. Isso marca um retorno ao programa Mais Médicos, que durante os governos anteriores do PT possibilitou a contratação de mais de 8 mil profissionais cubanos para atuar no Brasil. No entanto, em 2018, a iniciativa foi encerrada após críticas do então presidente Jair Bolsonaro, que argumentou que parte dos salários dos médicos cubanos era destinada a financiar o governo cubano.

Essa retomada da cooperação na área de saúde pode representar um avanço significativo, especialmente em um momento em que Cuba enfrenta desafios econômicos e necessita de assistência médica para sua população.

Além disso, Celso Amorim anunciou que um grupo de empresários brasileiros em breve viajará a Cuba para discutir uma variedade de temas, incluindo a cooperação na área de agricultura. Essa iniciativa é particularmente relevante considerando a atual crise econômica em Cuba, que enfrenta dificuldades na produção de alimentos e é dependente da importação de 100% dos produtos de sua cesta básica.

O encontro entre Amorim e Díaz-Canel é parte de uma série de esforços para fortalecer os laços diplomáticos e econômicos entre o Brasil e Cuba. Em junho, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o ditador Díaz-Canel em Paris, onde discutiram questões importantes, incluindo a revisão da dívida que a ditadura cubana possui com o Brasil, relacionada a projetos de infraestrutura, como o Porto de Mariel. Autoridades brasileiras estimam que essa dívida seja de cerca de 261 milhões de dólares, aproximadamente R$ 1,3 bilhão.

Além das conversas e da revisão da dívida, a reaproximação entre Brasil e Cuba incluiu a reabertura das embaixadas em Havana e Brasília. Esse movimento é semelhante às iniciativas do Brasil para retomar o diálogo com outra nação sul-americana, a Venezuela, governada por Nicolás Maduro.

Em maio deste ano, o presidente Lula recebeu o ditador Nicolás Maduro no Palácio do Planalto em uma visita oficial. Durante o encontro, Lula condenou as sanções internacionais impostas à Venezuela e expressou apoio à liderança de Maduro, anunciando o "início do retorno de Maduro". Vale ressaltar que, recentemente, Maduro foi convidado para participar da Cúpula da Amazônia, mas cancelou sua participação, alegando questões de saúde e enviou seu vice, Delcy Rodríguez, em seu lugar.

Essa aproximação entre Brasil, Cuba e Venezuela tem implicações significativas para as relações diplomáticas na América Latina e pode representar uma mudança nas dinâmicas políticas e econômicas da região. A reunião entre Celso Amorim e Miguel Díaz-Canel é um passo importante nessa direção e sugere uma nova era de cooperação e diálogo entre as nações envolvidas.

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