CPI do MST: Líder da FNL ameaça prisão em sessão tensa
Em uma sessão tensa da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a oposição ameaçou pela primeira vez efetuar uma prisão no colegiado. O líder da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), José Rainha, tentou negar apoio direto à deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) nas eleições de 2018 e voltou atrás após ser confrontado com um vídeo exposto.
No material em questão, ele agradece os votos na parlamentar.
- Eu vou refazer a pergunta para não fazer falso testemunho. Pode ficar calado, mas mentir não pode. Ou fica quieto ou fala a verdade. Você sabe quais são as consequências – afirmou o relator, Ricardo Salles (PL-SP). Antes, Rainha disse ter uma “relação fraterna” com a parlamentar, depois, afirmou que pediu votos para ela.
O oposição seguiu com a pressão.
- Não pode mentir. Se mentir, eu peço para ir para a cadeia – disse Coronel Chrisóstomo (PL-RO)
Rainha se recusou a contar quais divergências o levaram a romper com o MST.
- Vou levar para o cemitério – disse ele, que afirmou ter boa relação com Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda que não tenha contato recente com eles.
Questionado se teria se encontrado com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Rainha confirmou, e disse que foi ao gabinete de Teixeira no começo do ano para tratar de “questões pontuais”, sobre assuntos ministeriais e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), segundo ele. O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) apresentou um requerimento direcionado à pasta para que informe mais especificamente em que dia Rainha esteve no gabinete do ministro e qual foi a pauta.
O líder do FNL prestou depoimento à CPI na condição de testemunha nesta quinta-feira (3) sobre a promoção de ocupações de terra no Brasil durante o chamado “Carnaval Vermelho”. Os advogados Sérgio Pantaleão e Rodrigo Chiziolini – ambos, aliás, tiveram repetidos entreveros com Salles – o acompanharam na Câmara.
E quem é José Rainha?