Nas últimas semanas, o recém-empossado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, tem sido o centro das discussões dentro do Partido dos Trabalhadores (PT). A razão para essa inquietação reside nos votos do ministro, que se alinham ao conservadorismo, gerando preocupações entre as lideranças do partido, especialmente diante da aproximação do julgamento sobre o marco temporal para a demarcação de terras indígenas.
A maior preocupação é que Cristiano Zanin possa votar favoravelmente ao marco temporal, indo contra as diretrizes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Fontes internas do PT afirmam que há um consenso de que "Lula precisa conversar com Zanin antes que um novo desastre aconteça", como descreveu um deputado da legenda, de acordo com uma publicação do jornal O Globo.
Lula, que recentemente retornou de uma viagem pela África, será pressionado a intervir sobre a postura de Zanin, levantando questões sobre a influência presidencial nas decisões do STF. Isso remete a um comportamento anteriormente associado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que frequentemente manifestava sua opinião sobre assuntos em discussão no tribunal.
A nomeação de Cristiano Zanin, que atuou como advogado de defesa de Lula em processos judiciais, também gerou debates dentro do PT. Um veterano do partido destacou o descontentamento expresso nas redes sociais, afirmando: "Lula está sendo criticado por causa dos votos de Zanin".
Ainda não está claro se Lula atenderá a essas pressões internas ou como ele abordará essa questão delicada. No entanto, uma coisa é certa: com a possibilidade de Cristiano Zanin permanecer no STF até 2050, a esquerda brasileira pode ter que lidar com essa tensão por um longo período, e a relação entre o partido e o ministro pode ser determinante em importantes decisões judiciais que afetam o país.