Braga Netto tem quebra de sigilo em investigação que mira intervenção no Rio


Sigilo telefônico do ex-interventor federal no Rio de Janeiro é quebrado em investigação sobre aquisição de coletes balísticos

 O general Walter Braga Netto, ex-interventor federal no Rio de Janeiro, teve seu sigilo telefônico quebrado como parte da investigação em andamento da Polícia Federal (PF) relacionada a possíveis irregularidades na aquisição de coletes balísticos em 2018.

Nesta terça-feira, 12 de setembro, a PF conduziu operações de busca e apreensão em quatro estados: Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal, como parte da operação Perfídia. Vale ressaltar que até o momento não foram emitidas ordens de prisão, e Braga Netto não foi alvo de mandados nesta operação.

Segundo a investigação, os coletes balísticos teriam sido adquiridos pelo Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro em 2018 a um preço acima do mercado. O Tribunal de Contas da União (TCU) estima que o sobrepreço total seja de R$ 4,6 milhões.

Na época, o general Braga Neto comandava a pasta responsável pela intervenção federal no Rio de Janeiro, o que lhe conferia autoridade sobre a Secretaria Estadual de Segurança Pública, Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e sistema carcerário do Estado.

A intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro foi declarada em 2018 pelo então presidente Michel Temer em resposta a uma onda de violência no estado. Posteriormente, Braga Netto assumiu o cargo de chefe da Casa Civil no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e concorreu como candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022.

A reportagem continuará buscando informações e o ponto de vista de Braga Netto sobre o assunto.

A investigação da PF indica indícios de que servidores públicos federais estariam envolvidos em crimes como patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva, além de participação em organização criminosa. Eles teriam atuado no contrato do governo, realizado pelo Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro, para a compra de 9.360 coletes balísticos com sobrepreço.

O contrato com o Gabinete foi firmado em dezembro de 2018, após dispensa de licitação, com um valor de US$ 9.451.605,60, equivalente a R$ 40.169.320,80 na taxa de câmbio da época. A empresa recebeu o pagamento integral em janeiro de 2019, mas o contrato foi suspenso em setembro do mesmo ano após intervenção do Tribunal de Contas da União (TCU).

A investigação em curso promete continuar a esclarecer as circunstâncias dessa aquisição e possíveis irregularidades.

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