Desembargador aposentado que mencionou prisão de Moraes fará defesa em julgamento do 8/1 no STF
O desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), Sebastião Coelho, que anteriormente mencionou a possibilidade de prender o ministro Alexandre de Moraes, estará frente a frente com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (12/9).
Coelho fará a sustentação oral em defesa de um dos quatro réus que enfrentam julgamento relacionado à invasão e depredação da sede dos Três Poderes, ocorrida em 8 de janeiro. Apesar de ter obtido sua carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em outubro de 2022, um mês após se aposentar, esta será a primeira vez que atuará como advogado após 31 anos de carreira como juiz e desembargador.
Em uma reviravolta notável, Coelho disse que mantém todas as declarações feitas como cidadão enquanto se prepara para assumir o papel de advogado de defesa. Suas declarações anteriores incluíram a sugestão de prender Alexandre de Moraes por alegados crimes relacionados ao Inquérito das Fake News e manifestações contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.
No julgamento de quarta-feira, Coelho defenderá Aécio Lúcio Costa Pereira, um dos réus que ganhou notoriedade por gravar um vídeo durante a invasão da sede dos Três Poderes. O vídeo mostrava sua presença na mesa do presidente, transmitindo otimismo aos manifestantes.
Em uma entrevista pré-julgamento, Coelho enfatizou que suas ações como cidadão não serão alteradas e que agora atua como a voz do cliente. Ele planeja argumentar a total ausência de provas em favor de seu cliente.
Vale ressaltar que Coelho está atuando pro bono, ou seja, sem receber honorários advocatícios, em solidariedade aos réus que enfrentam dificuldades financeiras. Sua escolha de defesa nesse caso emblemático atraiu atenção considerável e levanta questões sobre como essa situação se desdobrará no tribunal.
A sessão no STF está marcada para as 9h desta quarta-feira e será acompanhada de perto pelo público e pela mídia, dada a relevância dos eventos de 8 de janeiro e a figura proeminente do desembargador aposentado no cenário jurídico brasileiro.