Equívoco na CPMI: Eliziane solicita quebra de sigilo de marido de Zambelli à PM errada
No âmbito das investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre as eleições de 2018, a senadora Eliziane Gama enviou um pedido de quebra de sigilo que acabou sendo direcionado à Polícia Militar (PM) errada. A solicitação visava o e-mail institucional do coronel Antonio de Oliveira, supostamente envolvido em atividades suspeitas, mas foi encaminhada à PM do Distrito Federal, gerando confusão.
O motivo desse pedido de quebra de sigilo foi a afirmação feita pelo hacker Walter Delgatti durante seu depoimento à CPMI. Delgatti alegou que Antonio Aginaldo de Oliveira teria participado de reuniões com a deputada Carla Zambelli com o objetivo de invadir as urnas eletrônicas nas eleições de 2018. Essas acusações geraram grande interesse público e uma série de desdobramentos.
Em um ofício endereçado à Polícia Militar do Distrito Federal, a senadora Eliziane Gama formalmente solicitou a quebra do sigilo do e-mail institucional de Antonio Aginaldo de Oliveira. No entanto, houve um erro crucial nessa requisição, pois o marido de Carla Zambelli nunca fez parte da corporação da PM do Distrito Federal. O militar em questão exerce a patente de coronel na Polícia Militar do Ceará (PMCE) e já atuou como ex-diretor da Força Nacional de Segurança Pública, vinculada ao Ministério da Justiça.
A resposta da PM do Distrito Federal ao pedido de quebra de sigilo da senadora Eliziane Gama esclareceu o equívoco. No comunicado, a PMDF informou que Antonio Aginaldo de Oliveira não possui conta de e-mail institucional em sua base de dados, evidenciando o erro na solicitação. Além disso, destacou que Oliveira é conhecido por ser o esposo de Carla Zambelli Salgado de Oliveira e ocupar o cargo de coronel na PMCE e sua passagem pela Força Nacional de Segurança Pública, o que reforçou a incompatibilidade com o pedido original direcionado à PMDF.
Esse incidente provocou um debate público sobre a precisão e a seriedade das investigações da CPMI. Muitos questionaram a competência e o rigor com que as informações eram coletadas e tratadas pelos membros da comissão, enfatizando a necessidade de evitar tais equívocos que possam prejudicar a integridade das investigações.
Carla Zambelli, por sua vez, não poupou críticas ao episódio. A deputada expressou sua indignação nas redes sociais, afirmando que o erro na solicitação de quebra de sigilo era uma tentativa de difamação contra seu marido e uma manipulação das informações na CPMI. Ela exigiu um pedido público de desculpas por parte da senadora Eliziane Gama e uma investigação sobre como esse equívoco ocorreu.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito enfrenta agora o desafio de restaurar a confiança do público em suas investigações e garantir que os procedimentos sejam conduzidos de maneira mais precisa e transparente. A repercussão deste incidente reforça a importância de uma abordagem responsável e baseada em evidências para a condução das investigações parlamentares.