Favorito para suceder Aras viu crime de Gleisi em caso da Lava Jato


Favorito para suceder Aras viu crime de Gleisi em caso da Lava Jato


O subprocurador-geral da República, Gustavo Gonet, é considerado o nome mais forte na corrida para suceder Augusto Aras como procurador-geral. No entanto, uma análise recente mostra que Gonet já confrontou interesses importantes no passado.


Em 2016, antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) analisar uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a deputada Gleisi Hoffmann, atual presidente do PT, e seu então marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, Gustavo Gonet defendeu a acusação. A denúncia alegava o recebimento de R$ 1 milhão em propina pelo casal, proveniente do esquema de corrupção na Petrobras.


Gonet sustentou que Gleisi e Paulo Bernardo tinham "plena ciência" da origem ilícita dos recursos. Ele argumentou que a denúncia estava bem fundamentada e baseada em elementos de convicção suficientes para ser aceita.


Essa denúncia fazia parte do caso conhecido como "quadrilhão do PT," que alegava a existência de uma organização criminosa formada por membros do partido que cobravam propina de empresas com interesses na Petrobras, no BNDES e no Ministério do Planejamento.


No entanto, a denúncia contra Gleisi e Paulo Bernardo acabou sendo rejeitada pelo STF. A PGR, sob a liderança de Augusto Aras, mais tarde, voltou atrás em seu posicionamento, argumentando que faltavam elementos para prosseguir com a acusação.


Apesar de ter contrariado interesses importantes do PT com sua defesa da denúncia, Gustavo Gonet é apontado como favorito para suceder Augusto Aras como procurador-geral, embora enfrente resistência de setores do PT, que o consideram conservador. A decisão final está nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Esse episódio mostra como a nomeação para cargos-chave no sistema de justiça pode envolver trajetórias complexas e decisões que podem contrariar interesses políticos.

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