Governo de Lula Convoca Servidores para o Desfile de 7 de Setembro na Esplanada
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou uma convocação inédita de servidores públicos de todos os ministérios para comparecerem ao tradicional desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios. A medida visa garantir uma plateia simpática a Lula, minimizar vaias e impedir protestos durante a cerimônia.
O palanque presidencial contará com a presença de 250 autoridades, incluindo os presidentes da Câmara, Arthur Lira; do Senado, Rodrigo Pacheco; e do STF, Rosa Weber, além dos comandantes das Forças Armadas. No entanto, os futuros ministros do centrão, que ainda estão em negociações com o Palácio do Planalto, não estarão presentes.
Para preparar o terreno, na noite desta quarta-feira, Lula fará um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, destacando o caráter popular do Dia da Independência e enfatizando a importância da união nacional. O slogan escolhido para a ocasião é "Democracia, Soberania e União".
Desde os eventos de janeiro, quando manifestantes invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, Lula tem buscado promover a mensagem de união entre os Poderes e a pacificação do país. Foi justamente em 7 de Setembro de 2021 que o então presidente Bolsonaro chamou o ministro do STF Alexandre de Moraes de "canalha".
Os preparativos para este 7 de Setembro, o primeiro do terceiro mandato de Lula, têm como objetivo resgatar o espírito cívico e "desbolsonarizar" a data, como afirmou o governo. No entanto, a reforma ministerial liderada por Lula se arrasta há mais de dois meses, deixando incertezas políticas.
Os deputados André Fufuca e Sílvio Costa Filho, que têm acordo para ingressar no governo, foram convidados para o desfile, mas optaram por não comparecer. Isso levanta questões sobre as futuras mudanças ministeriais e a base de apoio de Lula no Congresso.
Apesar das tensões políticas, o governo espera um público estimado de 30 mil pessoas para o desfile, enquanto o Ministério da Defesa, comandado por José Múcio Monteiro, levará cerca de 2.600 pessoas para assistir à cerimônia na arquibancada.
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) nega que metas específicas de presença tenham sido estabelecidas para cada ministério, alegando que o convite foi estendido para facilitar a operação de segurança. No entanto, todos os ministérios solicitaram mais vagas do que o número inicialmente disponível.
O ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta, manifestou otimismo em relação à segurança do evento e destacou a importância do 7 de Setembro para fortalecer a democracia e a soberania nacional. José Múcio, titular da Defesa, reforçou o compromisso do governo com a pacificação do país e a prevenção de conflitos durante a cerimônia.
Neste Dia da Independência, o Brasil se prepara para um desfile que busca unir o país e mostrar que a bandeira verde e amarela é um símbolo de todos os brasileiros, independente de suas preferências políticas. Resta esperar para ver se a estratégia de Lula de "Democracia, Soberania e União" terá sucesso em alcançar seus objetivos e superar as divisões políticas que marcaram os últimos anos.