Liberdade Condicional Concedida a Ex-Ajudante de Ordens do Presidente Bolsonaro
Neste sábado, dia 9 de setembro de 2023, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi libertado da prisão em Brasília (DF). A sua liberdade provisória foi concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também homologou sua delação premiada. No entanto, a libertação vem acompanhada de medidas cautelares rigorosas.
Mauro Cid deixou o prédio do Batalhão da Polícia do Exército por volta das 14h30, em companhia de seu advogado, Cezar Bitencourt. Embora tenha conquistado a liberdade, Cid terá que usar tornozeleira eletrônica e estará sujeito a restrições nos horários em que poderá sair de casa, incluindo noites e fins de semana. Além disso, ele foi afastado de todas as suas funções no Exército. Vale ressaltar que o acordo de delação já havia sido aceito pela Polícia Federal, mas dependia da autorização do STF para se efetivar.
Na última quarta-feira, dia 6 de setembro, Mauro Cid compareceu pessoalmente ao Supremo Tribunal Federal para confirmar sua intenção de fechar o acordo de delação. Em uma audiência com um juiz auxiliar de Moraes, ele reforçou seu desejo de colaborar com as autoridades.
Dentre as investigações que envolvem Mauro Cid, destaca-se um suposto esquema de venda ilegal de joias no exterior. Essas joias teriam sido presentes dados a Bolsonaro por delegações estrangeiras durante seu mandato presidencial. A Polícia Federal suspeita que o ex-presidente possa ter sido o mandante dessa organização criminosa.
Outras investigações relacionadas a Cid incluem a suspeita de falsificação de cartões de vacina, tanto dele quanto de Bolsonaro, e de outras pessoas próximas ao ex-presidente. Além disso, há indícios de uma tentativa de invasão do sistema das urnas eletrônicas durante as eleições de 2022.
O advogado de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, que foi secretário de comunicação durante seu governo, afirmou na última quinta-feira, dia 7, que "não há o que delatar".
No dia 28 de agosto, Mauro Cid prestou depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília, por aproximadamente 10 horas, sobre o caso das joias. Embora o conteúdo de seu depoimento ainda não seja público, em ocasiões anteriores, ele admitiu receber presentes de luxo dados a Bolsonaro. A Polícia Federal também interceptou mensagens em que o ex-ajudante de ordens negociava a compra de um relógio Rolex nos Estados Unidos.
O pai de Mauro Cid, o general Mauro Lourena Cid, é apontado como o responsável por vender os artigos de luxo recebidos pelo ex-presidente. A PF suspeita que o dinheiro proveniente dessa venda poderia estar sendo direcionado a Bolsonaro. A família Cid possui propriedades na Flórida, para onde Mauro Cid e a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, se mudaram após o término do mandato presidencial. A Polícia Federal alega ter provas da venda, realizada pelo general, de itens recebidos por Bolsonaro durante o período de autoexílio nos Estados Unidos.
Esta é uma história em desenvolvimento, e novos desdobramentos são aguardados à medida que Mauro Cid colabora com as autoridades e as investigações continuam a avançar.