Pauta de Lula na ONU, ideia de transição energética no país é defasada


Transição Energética Proposta por Lula Enfrenta Críticas de Especialistas


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou recentemente o programa "Combustível do Futuro", com o objetivo de reduzir o uso de combustíveis fósseis e promover uma economia verde. No entanto, especialistas ouvidos pelo Metrópoles apontam que a transição energética proposta ainda é defasada e baseada em ações tímidas.


O programa foi enviado ao Congresso Nacional como uma tentativa de mostrar o compromisso do Brasil com a redução das mudanças climáticas, especialmente em meio ao debate sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas.


Especialistas afirmam que, embora o presidente Lula tenha demonstrado preocupação com a agenda climática, o governo ainda trabalha com temas considerados obsoletos, como veículos a combustão. Eles argumentam que o Brasil poderia adotar a eletrificação em vez de continuar investindo em biodiesel, que é degradável.


Além disso, o governo propôs aumentar o percentual de biodiesel no diesel para 15% até 2024 e elevar a proporção de etanol na gasolina de 27,5% para 30%. Também criou o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (ProBioQAV) com o objetivo de reduzir as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa no setor aéreo.


No entanto, ambientalistas alertam que essas medidas ainda não são suficientes para enfrentar os desafios das mudanças climáticas. Eles temem que as ações propostas possam servir como uma "cortina de fumaça" para a manutenção da exploração de combustíveis fósseis por mais tempo.


Os especialistas ressaltam que o Brasil possui recursos naturais, como radiação solar e ventos fortes, que poderiam ser mais explorados para uma transição energética eficaz. No entanto, argumentam que o governo não está adotando práticas inovadoras e não estabeleceu metas claras para a descarbonização da matriz energética.


A transição energética é um tópico importante na agenda internacional, e o presidente Lula pretende usar esse compromisso ambiental como uma forma de se distanciar de seu antecessor, Jair Bolsonaro, e fortalecer relações diplomáticas.


No entanto, para especialistas, a falta de definição de uma política de transição energética concreta e a pressão pela exploração de petróleo em áreas sensíveis continuam a ser contradições significativas. Eles enfatizam que, para uma transição eficaz, o Brasil deve investir em fontes de energia limpa e abandonar gradualmente os combustíveis fósseis.


A transição energética envolve a mudança da produção global de energia baseada em fontes não renováveis, como o petróleo e o carvão, para fontes limpas e sustentáveis. Ela visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa, diminuir a dependência de recursos finitos e promover a eficiência energética.


No entanto, os especialistas destacam que a transição só será eficaz se houver uma diminuição na demanda internacional por combustíveis fósseis, o que atualmente parece pouco provável. Portanto, eles acreditam que o Brasil deve adotar medidas mais ambiciosas para se desenvolver sem depender dos combustíveis fósseis.


A questão da exploração de petróleo na Foz do Amazonas também está gerando debate, com alguns membros do governo pressionando pela liberação da licença ambiental para essa atividade, enquanto ambientalistas expressam preocupações sobre os impactos na região sensível.


A política de transição energética no Brasil continua a ser um tópico crítico e sujeito a discussões à medida que o país enfrenta desafios relacionados às mudanças climáticas e à preservação do meio ambiente. A decisão de Lula de abordar essa questão em seu discurso na Assembleia Geral da ONU em Nova York também atraiu a atenção internacional.

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