Senador aponta que GDias apagou mensagens trocadas às vésperas do 8/1
O senador Izalci Lucas (PSD-DF) levantou uma séria suspeita em relação ao ex-ministro do Gabinete Institucional de Segurança (GSI), Gonçalves Dias. De acordo com o senador, há indícios de que Gonçalves Dias possa ter apagado mensagens trocadas nas vésperas dos polêmicos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro. Segundo Izalci Lucas, o relatório dos dados telemáticos extraídos do celular do ex-ministro não apresenta nenhum registro de conversas no aplicativo Whatsapp entre os dias 2 e 8 de janeiro.
Em um ofício enviado recentemente ao presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que está investigando os atos antidemocráticos, o deputado federal Arthur Maia (União-BA), o senador Izalci aponta para a possibilidade de que Gonçalves Dias tenha apagado deliberadamente as mensagens trocadas durante esse período antes da extração dos dados telemáticos de seu celular.
O senador ressalta a gravidade da situação ao mencionar que o "Relatório de extração Cellebrite" apresentou extensas 6.536 páginas de informações, das quais as conversas do Whatsapp ocuparam 4.433 páginas. Contudo, não foram encontrados registros de mensagens trocadas entre os dias 2 e 8 de janeiro de 2023 no celular de G. Dias, conforme mencionado no ofício.
O documento enviado por Izalci Lucas destaca que os dados telemáticos extraídos do celular de Saulo Moura da Cunha, ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), indicam que ele manteve trocas de mensagens com Gonçalves Dias entre os dias 2 e 8 de janeiro, mensagens essas que não foram localizadas no celular do ex-ministro.
Essa discrepância chamou a atenção dos investigadores, já que no relatório referente ao sigilo telemático de Saulo Cunha, foram encontradas nada menos que 125 páginas de mensagens de Whatsapp trocadas com o número telefônico vinculado a Gonçalves Dias durante o mesmo período.
Diante dessas suspeitas, o senador Izalci Lucas formalizou um requerimento solicitando que a Polícia Civil do Distrito Federal realize uma perícia aprofundada para determinar se houve, de fato, a exclusão de registros de mensagens de Whatsapp no celular de Gonçalves Dias.
No ofício, Izalci Lucas ainda destaca que "a destruição de provas, como um crime de obstrução da Justiça, é uma ofensa direta ao processo de busca pela verdade e pela Justiça". A investigação segue em curso para esclarecer os eventos em torno dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro e possíveis ações que tenham prejudicado o trabalho da Justiça.