Após a leitura do relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, que mencionou a "necessidade de aprofundamento" das investigações relacionadas ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), o político expressou tranquilidade e paciência diante das possíveis implicações.
"Estou muito tranquilo. Fiz depoimento espontâneo na PF [Polícia Federal], sofri uma busca e apreensão em todos os meus endereços, entreguei meus telefones e computadores, também espontaneamente, e nada foi encontrado contra mim e meus atos. Agora, vou ter paciência e esperar o tempo da Justiça", afirmou Ibaneis à coluna Grande Angular.
A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), leu o relatório final na manhã desta terça-feira (17/10). No total, foram indiciadas 61 pessoas, entre civis e militares, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O documento deverá ser votado nesta quarta-feira (18/10).
Ibaneis é mencionado no relatório, mas não ficou entre os indiciados. Apesar de apontar possíveis erros do governador na condução da crise de 8 de janeiro de 2023, os parlamentares entenderam que a CPMI não tem competência constitucional para investigar governadores.
Assim, os integrantes da comissão indicaram a necessidade de aprofundamento nas investigações por parte das autoridades competentes.
Ibaneis chegou a ser investigado pela PF, pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e, durante 65 dias, ficou afastado do cargo por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar disso, não foi alvo de denúncia até o momento.
O relatório final da CPMI destaca que o governador do DF não autorizou rapidamente o emprego da Força Nacional, liberado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, na noite de 7 de janeiro de 2023.
A autorização do governador é obrigatória nesses casos e só ocorreu no fim da tarde de 8 de janeiro, data dos atos antidemocráticos.