Presidente da CPMI Desmarca Depoimento de General e Deixa a Esquerda Enfurecida
O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro de 2023, deputado Arthur Maia, causou alvoroço ao desmarcar o aguardado depoimento do general Braga Netto, que estava programado para esta quinta-feira (5).
Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa no governo de Jair Bolsonaro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022, era esperado para fornecer esclarecimentos cruciais sobre eventos relacionados ao fatídico 8 de janeiro.
A decisão abrupta de Arthur Maia provocou a fúria da esquerda na comissão, que buscava respostas e detalhes sobre o papel de Braga Netto nos acontecimentos daquela data.
O motivo da mudança não foi esclarecido pelo presidente da CPMI, deixando muitos membros da comissão perplexos. Em uma reviravolta de última hora, Maia submeteu à votação a convocação de Sandro Augusto Sales Queiroz, Comandante do Batalhão de Pronto Emprego da Força Nacional, subordinado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
No entanto, o requerimento para convocar Queiroz foi derrotado por uma margem apertada, com 14 votos contra e 10 a favor. Essa convocação havia sido uma demanda da oposição na CPMI, que alega que o Ministério da Justiça se omitiu no dia 8 de janeiro, quando ocorreram eventos críticos.
O senador Esperidião Amim (PP-SC) expressou sua frustração, afirmando que esse episódio era o "mais eloquente dessa CPMI". Ele argumentou que ter um contingente da Força Nacional no pátio do Ministério da Justiça e Segurança Pública sem esclarecimentos era uma vergonha.
Em agosto, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, havia alegado em um requerimento à CPMI que só poderia empregar a Força Nacional na Esplanada dos Ministérios com a autorização do Governo do Distrito Federal (GDF), que não havia se manifestado até o momento da invasão em 8 de janeiro. A controvérsia em torno desses eventos continua a dominar os debates na comissão.