Tarcísio é absolvido pelo TRE-SP em ação sobre tiroteio


TRE-SP absolve governador Tarcísio de Freitas em ação relacionada ao tiroteio em Paraisópolis


O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) emitiu uma decisão unânime nesta terça-feira, absolvendo o governador do estado, Tarcísio de Freitas, do partido Republicano, em uma ação que o acusava de utilizar bens da União para sua campanha. A ação estava relacionada ao tiroteio ocorrido em Paraisópolis no ano passado, no qual seu ex-assessor Danilo Campetti, um policial federal que concorria a deputado estadual na época, se envolveu.


A Procuradoria Geral Eleitoral argumentava que Campetti teria empregado bens públicos durante o confronto ao sacar distintivo e arma da Polícia Federal, o que, segundo eles, configuraria uso indevido de recursos públicos em campanha. A defesa de Campetti, também réu no processo, demonstrou que ele estava de folga no dia do incidente e afirmou que a utilização dos equipamentos da corporação estava relacionada ao tiroteio e não às eleições, já que ele havia sido candidato e participava da visita na condição de apoiador.


Na ocasião, o então candidato ao governo do Estado estava visitando o 1º Polo Universitário de Paraisópolis quando ocorreu o tiroteio a cerca de cem metros de distância, resultando na morte de um homem baleado, de acordo com uma perícia da Polícia Civil, realizada por um policial militar.


Com a decisão favorável, há a expectativa de que Campetti assuma o seu mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), uma vez que obteve 52 mil votos, mas não conseguiu se eleger. Atualmente, ele é o primeiro suplente do partido Republicano e ocuparia uma vaga na Alesp se Tarcísio nomear um deputado estadual da mesma legenda para um cargo no Executivo.


O governador Tarcísio estava preocupado que o processo contra ele e Campetti na Justiça Eleitoral pudesse expor sua gestão e gerar desgaste desnecessário ao governo em uma eventual posse de seu ex-assessor como deputado.


Em junho, Campetti deixou o cargo de assessor especial do governador após o Ministério da Justiça cancelar sua cessão, alegando falta de efetivo. Alguns aliados de Tarcísio consideraram que essa decisão tinha motivações políticas, já que Campetti havia atuado na prisão e na condução coercitiva do ex-presidente Lula durante a Operação Lava Jato.


Dois meses após seu retorno à delegacia da Polícia Federal em São José do Rio Preto, onde estava lotado, ele foi afastado preventivamente de suas funções na corporação devido a um processo administrativo disciplinar aberto para investigar sua participação no tiroteio de Paraisópolis. O afastamento está programado para terminar em 1º de novembro, e os aliados de Tarcísio esperam que a decisão do TRE-SP também impeça sua prorrogação.

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